“Bastiana, tu que tá por aqui, me conta como vai a terra e a serra que eu subir/ Me conta das enchentes que a todo mundo assombra, das correntes que carregam, das coisas do Rio das Contas”.
O verso serve como chave desta matéria que visa evidenciar a importância do principal manancial da maior bacia hidrográfica totalmente baiana. Apesar da sua magnitude e generosidade, o Rio das Contas não vem merecendo o devido respeito por parte das comunidades beneficiadas pela sua existência.
O Rio das Contas nasce a 1.500 metros de altitude, na Serra da Tromba, município de Piatã, Chapada Diamantina, em uma área de visual cinematográfico. Seu berço faz parte de um platô cercado por inúmeras serras que se elevam em até 2.000 metros e de onde brotam outros grandes rios que banham terras baianas. Ali os campos gerais formam um importante divisor de águas. Além das deslumbrantes serras e das diversas formações do cerrado e matas de galerias, encontram-se nessa região inúmeras cachoeiras e outros atrativos propícios ao turismo ecológico. Enfim, a área tem toda característica de um ecossistema belo e singular.
Chamado de Jussiape pelos índios que habitava a chapada, o Rio das Contas se estende por aproximadamente 650 km, banha 10 sedes municipais e ocupa uma área de drenagem de 55.334 Km2, equivalente a 10,2% do território estadual. A sua bacia hidrográfica engloba quase 70 municípios, pertencentes a seis micro-regiões homogêneas, atendendo a um contingente de mais de 1.500.000 pessoas, muita das quais, talvez a maioria, ainda sem a devida consideração por essa gigantesca placenta que há muito tempo vem lhes garantindo vida em abundancia, mas tem o futuro ameaçado pela poluição. Lavar o Rio das Contas enquanto é tempo é uma palavra de ordem que deve ser cumprida por todos, afinal destas águas depende a nossa sobrevivência.
Fonte: Giro em Ipiaú/José Américo Castro
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